domingo, 3 de abril de 2011

Jovens de PE criam banco de microcrédito e estimulam economia


Com ajuda do banco, 7 mil pessoas começaram o próprio negócio. Empresários têm o apoio do Sebrae para estudar gestão.

Em Pernambuco, um grupo de jovens criou banco para financiar novos negócios e está estimulando a economia da carente região da Zona da Mata.

Na região, as principais atividades econômicas são a colheita de coco verde e o corte de cana de açúcar, trabalhos de baixa remuneração.

Na cidade de Glória do Goitá, a 46 quilômetros do Recife, poucos dos 27 mil habitantes, têm carteira assinada. Mas a iniciativa da ONG Acreditar mudou a economia da cidade.

Um grupo de jovens arrecadou R$ 10 mil com a venda de rifas e camisetas, e começou a operar um banco de microcrédito. Mais de sete mil pessoas já conseguiram um empréstimo para montar o próprio negócio.

A ONG empresta no máximo R$ 3 mil. O pagamento pode ser feito em oito parcelas, e o juro é de 3,5% sobre o saldo devedor. A taxa de inadimplência é menor que 1% - os clientes sabem que a “ONG Acreditar” precisa receber em dia para liberar novos financiamentos.

“É necessário que você pague na data. Porque se você não paga, não está prejudicando só a Acreditar, tá prejudicando a sua vizinha que quer começar um negócio ou até mesmo o seu filho que pode vir depois começar um empreendimento”, diz Lilian do Prado Silva, gerente executiva da Acreditar.

Em dez anos de operação, a ONG já emprestou um R$ ,15 milhão, e mais de 90% dos negócios nascidos com o empréstimo continuam vivos.

Os empresários têm o apoio do Sebrae para estudar gestão: “o Sebrae disponibilizou diversas capacitações que a própria Acreditar se encarregou de estruturar na região e administrar as capacitações”, diz Flávio Valdez, do Sebrae do Recife.

Casos
Maria de Fátima Costa pediu um financiamento para começar um negócio em casa. Ela vendia mercadorias de porta em porta e pegou um empréstimo de R$ 800 para montar sua lojinha, onde vende panelas, copos, brinquedos e cosméticos. ”
Ela já lucra R$ 250 reais, e vai pegar mais um empréstimo para aumentar a variedade de produtos.

“Penso em comprar uma geladeira, botar picolé, umas coisas... o verão tá quente, e o pessoal procura muito essas coisas”, diz Fátima.

Para o padeiro Geraldo Barbosa, a ONG liberou R$ 1 mil. Com o dinheiro, ele comprou mercadorias e adaptou a garagem de casa para montar a padaria. “Dia após dia o movimento aumenta mais. Comecei com uma grade de 200 pães, agora estou vendendo 400, 500 pães por dia”, comemora.

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